COLATINA, A “TERRA DO CAPPELLETTI”

COLATINA, A “TERRA DO CAPPELLETTI”

Quem gosta de cappelletti em Colatina? Difícil é encontrar quem não gosta. Com certeza a maioria da população gosta daquele chapeuzinho de massa fina que na sua forma tradicional é feito com ovos, trigo, água, sal e outros ingredientes, e recheado de carne de galinha caipira cozida num caldo saboroso. Conhecido no município ainda como “agnolini”, é o símbolo da gastronomia italiana dos imigrantes que chegaram aqui na segunda metade do século IX, que cruzou o Atlântico em 1875 e fincou pé na “Terra do Sol Poente”.

O nome origina-se do italiano cappelletto (plural é cappelletti) que significa “pequeno chapéu” ou “chapeuzinho” por ter o formato parecido com os chapéus medievais, os “cappellos”. A massa foi desenvolvida no século 12, no norte do país, em Emília-Romanha, cuja capital é Bolonha. Esse modo de fazer original é muito encontrado nos lares colatinenses, com massa esticada com um rolo (pedaço de pau redondo, alguns trazidos da Itália), ou com cilindro.

Hoje, ele pode ser apreciado na cidade em diferentes versões de recheios como queijo, carne ou outros ingredientes, frito ou assado, e até como saladas e com molhos. Para completar, vai uma porção de queijo parmesão ralado, e ainda com um raminho de alecrim, colocado sobre ele na hora de servir. As diferentes formas de servir o prato foram adotadas em Colatina, que também já pode ser chamada de “Terra do Cappelletti”.

Neide Pasolini Casteluber, 86 anos, aprendeu com a mãe Doralice e dedicou a maior parte de sua vida fazendo cappelletti para aumentar a renda da família. Perdeu a conta da quantidade que já fez em casa para o marido Alvarico e os filhos. Além dos vizinhos sempre teve clientes na cidade inteira, contando com ajudantes nos momentos de necessidade de aumentar a produção. Junto a muitos voluntários fez quilos de “chapeuzinhos” para ajudar a construir o edifício João Paulo II, da Diocese de Colatina, e também para muitos outros eventos da cidade, entre eles, as Festas do Cafona e do Cafoninha.

Toda a história de Joana Perini, 57 anos, remete à sua convivência familiar na cozinha de casa. A mãe já fazia para a família, mas foi depois de casada e algumas dificuldades, ela resolveu aprender com a sogra Olga Maim, e depois vendendo a vizinhos e amigos. Nunca mais parou. Já são mais de 30 anos neste caminho, que depois virou uma pequena empresa. Logo, teve que se estruturar mais para aumentar a produção e atender supermercados. Hoje são mais de 200 quilos por mês, junto a outros produtos que agregou. “Comecei a vender por necessidade e agora é um produto que faz parte do meu cardápio. Não pode faltar na lista de pedidos dos clientes de jeito nenhum”.

“É uma importante fonte de renda para mim há mais de 35 anos, trabalhando com a receita tradicional que aprendi com uma amiga. Tenho muitos clientes e eles não deixam de comprar sempre. Eu aprendi quando ainda estava solteira e desde então nunca mais deixei de fazer, pois é uma fonte de renda, aliada a outros produtos que faço. Vendo muito no inverno e no Natal. Não dou conta”, conta Cinéia Sarter Thom, 52 anos.

Um estudo feito pela cozinheira, sommelière e padeira artesanal Vanete Santos Arrigoni no ano de 2011, mostra que o município de Colatina tem 70% de descendentes italianos, e que as famílias abandonaram as suas fazendas de café, e que as mulheres então começaram a produzir o cappelletti para o sustento e fonte de renda, como muitas fazem até hoje.

Vanete, que faleceu em 2021 de covid-19, deixou uma grande contribuição para a gastronomia local e o reconhecimento das mulheres que produzem cappelletti.

O cappelletti de Colatina é cultura, é renda, é gastronomia e história.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação – PMC
Alessando Bacheti / Giovana Lanna/ Katler Dettmann / Maria Tereza Paulino
Contato: (27) 3177-7000
imprensa@colatina.es.gov.br
Texto: Maria Tereza Paulino
Foto: Arquivo PMC

 

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